“Cerca de cem em cem anos na história do Ocidente ocorre uma transformação brusca”, afirmou Peter Drucker, considerado o pai da moderna administração de empresas.
Sua tese: “em poucas breves décadas, a sociedade e sua visão de mundo, seus valores básicos, sua estrutura social e política, suas artes e suas principais instituições se arranjam. Quinze anos depois, surge um novo mundo”.
Se por muito tempo as evoluções procuraram melhores formas de produção, condições de trabalho, renda, novas tecnologias, elas ganharam um importante horizonte: o meio ambiente. “A manufatura do futuro já começou a acontecer e ela tem potencial de reduzir o impacto no meio ambiente, criar empregos e riqueza ao mesmo tempo”, diz Carlos Ohde, em seu livro “Economia Circular para um Futuro Sustentável”.
A população mundial quadruplicou no século XX, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial cresceu dez vezes. Algo precisava ser repensado no processo ou não haverá Planeta Terra para uma população certamente ainda maior tirar recursos de sobrevivência.
Então, surgiu a teoria da economia circular, que pretende abranger todo o ciclo de vida de um produto.
A ideia é mais ampla, algo como uma nova Revolução Industrial, que também é comercial e social. É pensar em toda a cadeia produtiva, incluindo as etapas de fornecimento de matéria prima, fabricação, distribuição, venda, consumo e descarte.
Economia Circular: estratégias para fazer negócios
Segundo Catherine Weetman, autora de “Economia Circular: conceitos e estratégias para fazer negócios de forma mais inteligente, sustentável e lucrativa”, livro que impõe uma nova forma de lidar com a eminente exaustão de vários recursos naturais, aliada aos problemas decorrentes do excesso de resíduos gerados e que vão continuar se ampliando, há um outro modo de realizar tudo o que realizamos hoje. Um modelo regenerativo.
Para ela, a economia circular é um novo paradigma de negócios. A economia circular desacopla o crescimento das empresas do consumo de recursos. “Em vez da abordagem ‘extrair, produzir, descartar’ da economia tradicional”, escreve ela, “a economia circular adota uma abordagem em que usamos menos recursos”.
Todo esse raciocínio leva a um menor consumo de energia e maior geração de emprego, já que novas etapas aparecem no processo (remanufatura, reparo, reciclagem), o que gera um ganho social maior. A economia circular pode ser a saída para que todos ganhem, incluindo os recursos do planeta, a natureza, a economia e as gerações futuras.