Em 2022, o Instituto da Embalagem promoveu seu centésimo curso, o “Curso Embalagens de Transporte”, com transmissão online. Com essa marca histórica, foi possível reforçar a importância dessas iniciativas.
Assunta Napolitano Camilo, diretora do Instituto de Embalagens, ressaltou que “as histórias de cada um de nossos pares se misturam com as histórias do Instituto de Embalagens porque cada um trouxe a sua contribuição para conquistar o nosso marco, o centésimo curso. Nós seguimos trabalhando com foco no próximo marco, o ducentésimo curso. Queremos compartilhar para mais profissionais a nossa crença de que embalagens melhores promovem um mundo melhor”.
Essa parceria foi bem destacada no centésimo curso, que teve patrocínio, entre outros, das Klabin, da Paraibuna Embalagens e da Mazurky, associadas Empapel, que estiveram presentes no curso e no encerramento para trazer uma ideia geral do que foi abordado.
No evento, tratou-se de assuntos tão caros ao setor como tendências de consumo de embalagens, fabricação, mercado, pré-impressão, processos de impressão, delivery, take-away e e-commerce, simbologia ambiental, condições adversas para transporte e, claro, inovação, economia circular e sustentabilidade. “A inovação em embalagem comunica diretamente para o consumidor que o produto é novo. Inovação é o motor da competitividade e a chave para um futuro melhor”, explicou Assunta.
Um dos palestrantes foi Sérgio Ribas (foto), diretor-presidente da Irani, também associada Empapel. Ele falou sobre a importância que a sustentabilidade ganhou para a sociedade: “quinze anos atrás, sustentabilidade era um processo muito voltado para as empresas, um tema muito relevante para o setor; mas ele tomou uma relevância muito maior a partir da pandemia, tem agora uma atração muito forte para toda a sociedade, e hoje nosso percentual de reciclagem no Brasil é muito alto”.
Ribas reforçou a mudança de comportamento do consumidor durante a pandemia, que passou a comprar muito mais online, impulsionando o comércio eletrônico e o consumo de papéis para embalagens, especialmente para sacos e sacolas. “Quando começou a pandemia, nós achávamos que íamos sofrer tanto quanto os outros setores”, lembrou o presidente da Irani. “Muito embora a gente tenha um arrefecimento recente do e-commerce, houve uma mudança que é absolutamente estrutural, vindo do comportamento do consumidor, que tinha medo de comprar online e a pandemia obrigou as pessoas a comprar dessa forma”.
Esse cenário forçou a estruturação e toda a cadeia. Os marketplaces se modernizaram e se ampliaram, a logística se repensou e melhorou e o consumo de fato mudou. O e-commerce, lembra Ribas, consome muito mais papelão ondulado do que o varejo tradicional – porque no tradicional o consumo vai só até o varejista e não até o consumidor final; com o comércio eletrônico ganha-se também essa etapa.
“A caixa de papelão ganhou um protagonismo”, afirmou o CEO da Irani, sublinhando que tal tendência, mesmo sem a pandemia, se estenderá para os próximos anos. Isso porque o comportamento do consumidor mudou também no ato de comparar preço. Ele até vai à loja ver o produto, mas na hora de comprar, ele compara antes o preço nos muitos marketplaces na Internet, ato que é mais fácil e rápido do que bater perna de loja em loja. “O comércio eletrônico trouxe facilidades para quem vive nas grandes cidades”, entende. “Isso vem para ficar e tende a crescer de forma muito robusta nos próximos anos”.
Mas para esse crescimento se dar, é preciso investir em inovação, algo que as fabricantes já estão fazendo, segundo Ribas. “As empresas principais do setor de embalagens estão investindo em melhorias de produtividade, aumento de capacidade, há um movimento setorial muito positivo”, especialmente na busca de soluções para os mais diferentes formatos de produtos. Há criatividade e inovação.
“O setor de embalagens tem um futuro dinâmico e próspero, novas capacidades entrando, equipamentos cada vez mais modernos, produtivos e sustentáveis”, segue Ribas. “Porque investimento em tecnologia é o que há de mais sustentável; imagine uma fábrica que tinha antes sete impressoras e hoje faz o mesmo trabalho com três, com menor consumo de energia. Menor uso de fibras, aparas com mais qualidade, tudo isso é sustentabilidade na veia”.
A pandemia mostrou também que as empresas do setor – tanto os fabricantes, quanto os distribuidores, transportadores e varejistas – se mostraram ágeis para mudar e se adaptar. É um indicativo bastante positivo de que a resiliência se dá por esse misto de posicionamento mostrado no encerramento do curso, que inclui investimento, inovação, criatividade, agilidade para tomadas de decisões e, especialmente, compreensão das exigências e necessidades do consumidor. Ganha o setor, ganha o país, ganha o planeta.