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Empapel e associados palestram durante evento da Fastmarkets

Os dois dias (13/8 e 14/8) de debates do evento Forest Products Latin America 2024, organizado pela Fastmarkets, abordaram temas fundamentais para o setor de embalagens de papel, como impacto de regulações internacionais, reciclagem e perspectivas. A Empapel e seus associados contribuíram participando ativamente das discussões.

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Embaixador José Carlos da Fonseca Jr., presidente da Empapel, e Paulo Hartung, presidente da Ibá, fizeram a palestra de abertura da Forest Products Latin America 2024, organizada pela Fastmarkets RISI.

O Embaixador José Carlos deu início ao evento comentando temas globais de interesse para toda a cadeia. “Temos participado das discussões internacionais que envolvem nosso setor, buscando essa mesma posição. Um tema que tem demandado a atenção de todos é a EUDR e possíveis impactos para o setor de base florestal”, disse o presidente da Empapel e diretor internacional da Ibá.

O executivo discorreu ainda sobre a Missão a Bruxelas, realizada pelo setor em março deste ano. “Com cerca de 20 integrantes, entre eles CEOs e diretores, fomos à Europa conversar com representantes da Comissao e do Parlamento Europeu. Nosso objetivo naquele momento foi apontar preocupações problematizar riscos que podem advir da implementação de uma legislação que pode impactar importantes cadeias de suprimentos, o que poderia causar um abalo, até mesmo dentro de países europeus que dependem de nossos produtos, especialmente da celulose”, disse.

José Carlos também lembrou o reconhecimento de peso obtido pelo setor de base florestal brasileiro no mundo, por meio de sua recente eleição à presidência do ACSFI (Advisory Committee on Sustainable Forest-based Industries), órgão consultivo da FAO e único a congregar representantes da iniciativa privada.

Na sequência, Paulo Hartung assumiu a palavra e comentou sobre os investimentos setoriais. “O Brasil vive uma desindustrialização precoce e acelerada, mas essa não é a história de nosso setor nos últimos anos. Estamos vivendo um ciclo extraordinário de novos investimentos, entregando ao Brasil uma fábrica nova a cada ano e meio”.

O presidente da Ibá reforçou não haver no mundo região que apresente o que o Brasil oferece hoje, com desenvolvimento tecnológico robusto e área disponível para plantio, via recuperação de terras em diferentes níveis de degradação. “Estamos com a bola na cara do gol, com gol sem goleiro. Mas temos também desafios. Temos que ter competência e habilidade para negociar com esse mundo complexo, com rearranjo de globalização, guerras e disputas entre EUA e China, para manter os mercados que conquistamos e abrir novas portas. Precisamos melhorar a infraestrutura do país, principalmente de rodovias, ferrovias, portos e conextivi. Outros desafios são a falta de mão de obra e a melhoria da produtividade. Já enfrentamos essas questões anteriormente e soubemos resolver”, disse.

Nesse sentido, Hartung mencionou visita realizada pelo setor ao Mato Grosso do Sul. “Estive com o governador Eduardo Riedel para fazer uma grande parceria público-privada que faça frente ao desafio da capacitação de mão de obra. Não tenho dúvidas de que, entre tantas coisas que deram certo no Brasil, como por exemplo o agronegócio, a Embraer, a WEG, o nosso setor também é um exemplo brilhante. Temos que nos mirar nessas inspirações e escalar para criar empregos e renda para nossos filhos e filhas. Para que eles possam olhar para o futuro e acreditar em nossa pátria”, disse.

Painel sobre Embalagens de papel

No segundo dia, o painel “Revolução das Embalagens: Uma Mesa Redonda de CEOs sobre Disrupção, Sustentabilidade e Crescimento na América Latina”, destacou o cenário positivo e promissor das embalagens de papel. Douglas Dalmasi, diretor de embalagens da Klabin e presidente do Conselho da Empapel; Sérgio Ribas, CEO da Irani; Nilton Saraiva, CEO da Ibema; e Daniel Ternes, diretor da Nalco, compuseram a mesa.

Quando perguntados sobre as perspectivas para o mercado de embalagens de papel, os executivos foram unânimes em apontar para um futuro positivo. Dalmasi afirmou que “o primeiro semestre surpreendeu positivamente, pois, tradicionalmente, a segunda metade do ano é mais forte. Assim, nossa expectativa é de alta em 2024, com expectativa de crescimento de, pelo menos, 4%. A queda do desemprego, aumento da massa salarial, safra de frutas e legumes, assim como a exportação de proteína animal são alguns dos fatores que explicam este cenário”.

Ribas reforçou o otimismo. “A demanda deste ano está compensando efeitos secundários que vivemos até hoje ainda decorrentes do período da pandemia. Diante dos bons resultados nos primeiros seis meses do ano, esperávamos que o segundo semestre tivesse arrefecimento de demanda, mas o mês de julho e este início de agosto estão nos mostrando o contrário”, explicou.

Nilton Saraiva comentou que, olhando para o futuro, identifica “espaço para o papelcartão crescer. O mercado é promissor no médio e longo prazos. A tendência é de acomodação em algum momento, mas buscamos oferecer o melhor produto e experiência para nossos clientes para passar bem por esse período de acomodação”.

Barreiras celulósicas

Um dos desafios abordados durante o painel foi o desenvolvimento de barreiras celulósicas capazes de substituir aquelas de origem fóssil. Nesse sentido, Ternes detalhou o trabalho da Nalco. “Um dos maiores motores para substituição de plástico é o papel e um dos desafios são as barreiras. O setor de químicos também tem trabalhado para auxiliar nesta demanda. É tão real isso que investimos mais de 50% de nosso tempo e recurso nesta corrida. Não estamos onde gostaríamos, mas estamos perto. Barreira a água, gordura e oxigênio é prioridade zero”, comentou.

Nilton Saraiva, da Ibema, afirmou que a indústria está avançando. “O desenvolvimento de novas barreiras não está na velocidade que gostaríamos. O principal desafio é dar escala. Mas as empresas químicas estão investindo muito em P&D”, afirmou.

Reciclagem

Por fim, foi discutida a questão das fibras recicladas. Nesse sentido, Sérgio Ribas mostrou caminhos para se avançar. “O Brasil já é um exemplo global de reciclagem de papel, mas há espaço para avançar. A oportunidade que se tem no país é aumentar a qualidade da reciclagem. A Europa, por exemplo, possui melhores máquinas para reciclagem”. Neste sentido, Daniel Ternes, da Nalco, comentou que há investimentos também para melhorar uso de papéis reciclados. “O mercado de fibras recicladas demanda muita eficiência para se aumentar resistência e diminuir uso de água, por exemplo. Estamos trabalhando”.

Douglas Dalmasi também comentou o assunto, afirmando que integrar fibras virgens com recicladas é o caminho. “A Klabin é a maior produtora de papéis reciclados para embalagem no país. Investimos em fibra virgem, o que nos deu a oportunidade de crescer. Agora temos a oportunidade de investir e avançar ainda mais na cadeia de reciclagem, seguindo as demandas do mercado”.

O executivo finalizou propondo conversa entre diferentes elos da cadeia para que se chegue a um objetivo comum na questão das fibras recicladas. “A cadeia de reciclagem é fundamental, tem diferentes atores, e precisamos organizá-la, sem cada um puxar só para o seu lado. Neste sentido a Empapel pode ser um espaço importante para discussão e condução deste processo”, destacou.

Painel sobre reciclagem

Vale registro que, no painel anterior, a reciclagem de papel foi também amplamente discutida. Fernando Celano, presidente da Cartonifício Valinhos, associada Empapel, participou ao lado de Amando Varella, co-CEO da Papirus; Rodrigo Ruffo, diretor da Voith; Fabio Suetugui, diretor da Rapapel; e João Serafins, diretor da Resiban.

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