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Entrevista com José Carlos da Fonseca Jr., Diretor-Executivo da Ibá

A Empapel News de outubro entrevistou José Carlos da Fonseca Jr., diretor executivo da Ibá, Indústria Brasileira de Árvore.

Embaixador licenciado, diplomata de carreira, com 38 anos de serviço no Brasil e no exterior, tendo servido em diversos países, José Carlos foi chefe de gabinete do Ministro da Fazenda Pedro Malan, de 1995 a 1998 e deputado federal (1999-2003).

Qual a história da Ibá e seu propósito?

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) é a entidade responsável por representar toda a cadeia de base florestal, do campo à indústria.

A entidade tem 7 anos de existência e nasceu da junção de instituições que representavam as florestas plantadas, a celulose e papel, painéis de madeira e pisos laminados.

Assim, o ponto em comum entre todas as empresas associadas é a madeira ou as fibras de madeira, matéria-prima de origem renovável, com produtos feitos a partir de árvores que são cultivadas para fins industriais.

Deste modo, a Ibá atua em defesa do setor junto a diversos stakeholders, entre eles: autoridades e órgãos governamentais, entidades da cadeia produtiva de árvores cultivadas e importantes setores a economia, organizações socioambientais, universidades, escolas, sustém-se certificadores, consumidores e imprensa – tanto nacional como internacionalmente.

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Quais são os planos da entidade para 2021/2022?

Apesar de seus efeitos dramáticos, a verdade é que a pandemia acelerou alguns processos e criou um novo cenário global. Hoje, o tema sustentabilidade deixou de ser agenda lateral para se tornar pauta central em macros discussões geopolíticas, econômicas e financeiras. Pela natureza de nossos negócios, a indústria de base florestal tem todo o potencial para ser um dos faróis, por exemplo, a iluminar o caminho de uma retomada verde.

Diante desta oportunidade e dentro da missão da entidade, a Ibá tem por objetivo fomentar esta discussão em fóruns nacionais e internacionais, divulgando o setor de árvores cultivadas como um dos pilares da economia de baixo carbono, seja devido à área produtiva, que além de remover CO2, dá origem a produtos ambientalmente corretos, que são renováveis, estocam carbono e possuem pós-uso adequado; seja devido ao trabalho de conservação, que contribui diretamente com diversos serviços ecossistêmicos. Sem deixar de falar da dimensão industrial, que priorizar a mitigação de seus impactos e já alcança resultados expressivos, como uma matriz energética com 90% de fontes renováveis e diminuição do uso de água na ordem de 75%, desde a década de 1970.

Da porta para dentro, junto a nossos associados, visamos a fomentar ainda mais discussões sobre inovação e práticas de ESG. A Ibá, inclusive, criou um Comitê Diretor de ESG para discutir essa pauta transversal e de crescente relevância.

O nosso é um setor que há anos possui práticas alinhadas ao sentido mais amplo de sustentabilidade. Com o novo Comitê, a Ibá poderá dar suporte ainda mais efetivo às nossas associadas neste caminho.

Como o senhor enxerga a importância do setor de papel e celulose para o país e para o meio ambiente?

O setor de base florestal tem trajetória que demonstra que seu trabalho no presente não o deixa tirar os olhos do futuro. Isto tem possibilitado que a indústria acompanhe ou até mesmo se antecipe a tendências e avanços.

Com aplicação de nanotecnologia, vem dando novos usos para a madeira e, assim, inovando nos produtos finais. A celulose quebrada em partículas milimétricas, chamada nanocelulose, ganha diversas propriedades, como maior impermeabilidade e resistência, por exemplo.

Isso já vem permitindo testes em embalagens de papel que criam barreiras celulósicas extremamente eficazes para líquidos e gorduras. Ou seja, camadas de filme plástico ou alumínio, até agora utilizadas em caixas de leite ou de suco, serão substituídas pela nanocelulose. Isso irá agregar maior reciclabilidade e biodegradabilidade para as embalagens, além de promover a substituição de produtos de origem fóssil ou resultantes de matriz energética menos limpa.

Mas as características da nanocelulose vão além e permitirão, inclusive, dar escala à presença de nossa indústria no setor têxtil.

Com a celulose microfibrilada, será utilizada até 90% menos água e químico na fabricação de tecidos.

Outro fator importante é a pesquisa aplicada à lignina. A matéria-prima até recentemente só utilizada na geração de energia limpa ganhará ainda mais valor e substituirá elementos de origem fóssil na indústria de construção civil, automotiva, entre outras, numa verdadeira biorrefinaria da lignina.

Em outras palavras, é enorme a janela de oportunidades para o setor de celulose e papel, tanto para aplicação dentro do próprio setor, quanto para prover alternativas sustentáveis a outras cadeias.

Como costumamos dizer na Ibá, o futuro está nas árvores cultivadas.

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