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Entrevista com Alexandre Lima, gerente de Sustentabilidade do iFood

A história do iFood começou fora do mundo digital, em 2011, com a Disk Cook. Um guia impresso de cardápios, com uma central telefônica. Em 2012, a empresa lançou o site e o aplicativo em parceria com investidores importantes, como o Grupo Movile.

As fusões com outras empresas fizeram o iFood crescer rapidamente. Em 2015, chegam ao primeiro milhão de pedidos. No ano seguinte, quase triplica esse número, impulsionados pela fusão com a Spoon Rocket. Hoje a empresa entrega 60 milhões de pedidos por mês em 1.200 cidades do Brasil e tem mais de 270 mil restaurantes parceiros.

A entrevista do mês é com Alexandre Lima, Gerente de Sustentabilidade do iFood, responsável pelo desenvolvimento e execução de estratégias de sustentabilidade alinhados aos desafios do negócio, tendo como principais frentes as embalagens, entregas não poluentes e seus desdobramentos para restaurantes, entregadores e consumidores.

Com mais de 12 anos de atuação no mercado, Alexandre é graduado em Gestão de Políticas Públicas pela USP, especializado em Sustentabilidade Empresarial pelo Insper e pós-graduado em Gestão de Negócios e Sustentabilidade pela Fundação Dom Cabral.

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Qual a importância da sustentabilidade para o iFood e que tipos de ações a empresa vêm realizando para ampliar sua participação nesse sentido?

A grande proposta do iFood é devolver para o meio ambiente mais do que consumimos dele. Nesse contexto, conscientizar todo o nosso ecossistema e propor uma mudança coletiva que minimize impactos ao meio ambiente é uma das grandes apostas do iFood. Por isso que, em março de 2021 lançamos o iFood Regenera, compromisso público que contempla nossas ações de impacto ambiental positivo. Até 2025, nossos objetivos são atingir 50% de entregas realizadas por meio de modais não poluentes, realizar a neutralização de CO2 das entregas (atingido em julho de 2021), além de acabarmos com a poluição plástica no nosso delivery.

Além dos esforços próprios, a empresa é signatária do Pacto Global da ONU e aderiu ao compromisso #DeLivreDePlástico (para redução de plástico no delivery), organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), principal autoridade ambiental no sistema das Nações Unidas (ONU), e pela Oceana, a maior organização não governamental sem fins lucrativos focada na proteção dos oceanos.

Qual a política da empresa em relação a emissão de carbono e poluição plástica?

Em relação à emissão de carbono, atuamos com dois focos: neutralização das emissões de CO2 das entregas e entregas com modais limpos.

A empresa mensura antecipadamente a média de emissão de CO2 que suas entregas vão gerar nos próximos meses e faz a compensação antecipada através da compra de crédito de carbono. Essa é uma iniciativa pioneira do setor de delivery no Brasil (“Seu pedido chegou, a gente já compensou”).

Para reduzir as emissões das entregas de CO2, incentivamos e investimos no crescimento de modais limpos, como bike, bike elétrica, patinete e moto elétrica, a qual fomos responsáveis por lançar a primeira moto elétrica para entregadores do mundo em parceria com a montadora brasileira Voltz. Com esses projetos, nossa meta é realizar 50% das nossas entregas por modais limpos, também até 2025.

Com relação à poluição plástica, o iFood oferece aos clientes a opção de dispensar o envio de talheres, copos, canudos e outros itens plásticos de uso único pelos restaurantes. Como resultado, 82% dos clientes optaram por não receber esses itens. A medida obteve mais de 160 milhões de entregas feitas sem itens plásticos, evitando que 1 tonelada desse material fosse entregue com as refeições ao dia.

Em reciclagem, já destinamos mais de 2,6 toneladas de resíduos corretamente para que não tenham como o destino os lixões ou aterros sanitários, mas para que sejam reciclados. Instalamos mais de 80 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Além disso, vamos investir na qualificação de cooperativas em todo o Brasil. Também entendemos a importância das cooperativas na cadeia da reciclagem e sabemos que, ao promover a otimização da infraestrutura nesses locais, promovemos também o aumento do volume de resíduos triados, melhoria nas condições de trabalho, geração de novos postos de trabalho e aumento de renda dos cooperados que, consequentemente acabam sendo destinados para a indústria da reciclagem. No Rio Grande do Sul, temos 2 cooperativas beneficiadas, com uma estimativa de reciclagem adicional de 52 toneladas/mês.

Quanto já foi feito ao longo dos anos para gerar menos resíduo plástico no tipo de negócio do iFood? A pandemia da Covid-19 mudou os planos da empresa nesse sentido?

Durante a pandemia nos tornamos praticamente um serviço essencial, já que as pessoas não podiam sair para almoçar/jantar e evitavam ir ao mercado. Porém, antes da pandemia o iFood já havia iniciados iniciativas de sustentabilidade, o que acelerou a nossa capacidade de lançamento do iFood Regenera.

Ao mesmo tempo que o nosso negócio cresceu rapidamente, a quantidade de plástico gerado cresceu junto. Por isso, nos últimos anos temos atuado para reduzir o volume plástico no delivery focando na redução do plástico descartável de uso único e na substituição do plástico por outros materiais menos agressivos ao meio ambiente.

Na frente de redução, a iniciativa “Amigos da Natureza” é a principal ação que realizamos, e como citado na pergunta anterior, tem foco em oferecer aos clientes a opção de dispensar o envio de talheres, copos, canudos e outros itens plásticos de uso único pelos restaurantes.

Na frente de substituição do plástico, temos desde 2019, uma seção de embalagens sustentáveis no iFood Shop (nosso e-commerce de embalagens e insumos) que oferece diversas opções de embalagens livres de plástico. Além do Shop, temos desenvolvido parcerias e projetos com a indústria de papel, na busca de soluções inovadoras de embalagens de papel cartão 100% reciclável e livre de plástico, bem como, massificar o uso de sacolas de papel em substituição às sacolas plásticas.

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