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O novo comércio: o varejo se transformando em ecossistema

“Não é mais o cliente que vai até a loja, é a loja que deve ir até o cliente”: em 2021, Eduardo Terra, Presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), resumia assim o “varejo do futuro”, com suas transformações, tendências e oportunidades.

Passados dois anos, Terra apresentou no 20º Congresso ABRE de Embalagem e Consumo, que a Empapel News conferiu de perto, uma evolução dessa ideia: omnicanalidade, inteligência artificial, novas dinâmicas de mercado e o varejo se transformando em ecossistema.

Ele mostra que o aumento da penetração do e-commerce aconteceu em todo o mundo, com a China liderando a participação, com 55,6%, seguida da Coreia do Sul, com 31,6%, tendo o Brasil em novo lugar, com 12,4%, na frente da França (11,7%) e Espanha (11,2%). No comércio global, o e-commerce deve chegar em 2026 com participação de 24% das vendas, contra os 20% de 2022 e os 7% de 2015.

O e-commerce, em todo o mundo, vem crescendo mais do que o comércio tradicional há mais de 10 anos. As projeções de crescimento para 2023 (8,9% x 3,9%), 2024 (9,4% x 4,3%), 2025 (8,8% x 3,7%) e 2026 (8,1% x 3,4%) mostram que a tendência parece sem volta e que a adaptação das empresas para esse cenário é um exercício que deve ser constante.

Só que esse crescimento não é orgânico, ele é construído à base de muito esforço, pesquisa, investimento, tecnologia e comunicação. Terra mostra que o “novo papel da loja” é muito mais diversificado e mais ativo. A loja precisa ser digital e mais orientada por dados – é preciso conhecer mais as preferências e anseios do consumidor.

A loja também precisa ser um hub de serviços, um ecossistema, que inclui finanças, comércio e tecnologia; uma evolução do modelo de negócios, de marketplace para uma plataforma e para um ecossistema, que inclua capacidade analítica, tecnologia proprietária, base de clientes, ativos estratégicos, e que pode ter mídia e marketing (comunicação e propaganda), logística, soluções de pagamento e lojas físicas. O universo precisa ser amplo.

Terra deu o exemplo do Mercado Livre, que tem em seu ecossistema serviços de crédito, entregas, publicidade, imobiliário, serviços de pagamento e outros. Cita também a Magazine Luiza, com um ecossistema ainda mais amplo, tanto para o vendedor no marketplace, quanto para o cliente final.

A diversificação abre possibilidades de atender ainda mais a gama de necessidades cada vez maiores e mais presentes nos muitos canais possíveis de atuação.

A loja não deve mais ir só ao cliente, ela agora precisa se dirigir à sociedade e às urgências cada vez maiores dos novos tempos.

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