No dia 20 de julho de 1969, Neil Armstrong entrou para a história ao deixar grafada sua pegada no piso arenoso da Lua.
Antes de chegar lá, porém, muita pesquisa, muito estudo, muita descoberta foram feitas por centenas de mentes brilhantes, que iam da logística à física, da engenharia à química, da construção à medicina, da nutrição à comunicação.
Um dos problemas que a NASA se deparou foi a alimentação da tripulação, por exemplo. Era preciso garantir segurança alimentar em um ambiente hostil, por um tempo prolongado. A agência espacial, então fechou parceria com a Pillsbury Company, uma companhia alimentícia originada com sede em Minneapolis, Minnesota.
Para garantir que os alimentos levados ao espaço estivessem livres de qualquer bactéria ou toxina, a empresa criou o sistema Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP), ou Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, técnica que é até hoje utilizada na área alimentar, inclusive no Brasil.
O isolamento térmico também foi desenvolvido na corrida para a Lua. Uma manta especial foi criada para proteger astronautas e equipamentos de mudanças bruscas de temperatura, algo que também é utilizado até hoje em várias áreas da sociedade, do esporte à medicina.
O monitoramento da saúde dos astronautas no espaço foi mais uma tecnologia desenvolvida nessa corrida e que é até hoje utilizada na Terra. Os sensores mostravam à equipe de solo como estavam pressão sanguínea, temperatura corporal, frequência cardíaca, entre outros parâmetros, dos astronautas. Tudo em tempo real.
A capacidade de inovação da NASA, para enfrentar problemas até então inéditos, deixou um legado para a humanidade. O mesmo se pode dizer da Fórmula 1.
Nas suas pistas de provas, surgiram equipamentos que hoje estão em quase todos os carros de passeio que vemos entupindo as ruas das cidades, mundo afora.
O freio a disco, a suspensão ativa, o controle de tração e até mesmo o espelho retrovisor vieram de testes e pesquisas da Fórmula 1. Sem contar a evolução dos pneus, que tem nos carros de alta performance do automobilismo sua maior arena de testes, e a utilização da fibra de carbono para veículos mais leves e eficientes.
Quando há uma necessidade, não se deve duvidar da capacidade do ser humano de se adaptar, pesquisar e inovar. Os exemplos da NASA e da Fórmula 1 podem parecer extremos, pelas buscas inéditas que ambas ambicionam. Mas não são exceções. Cotidianamente, a humanidade se vê diante de desafios que parecem prosaicos, mas dependem de muito estudo e conhecimento para superá-los.
No caso da indústria de embalagens, por exemplo, os desafios são constantes.
Uma das maiores exigências é ser o mais ecologicamente sustentável possível. Hoje, embalagens em papel e papelão ondulado já são a melhor alternativa nesse sentido. Mas há necessidade de maximizar ainda mais o que vem das florestas administradas pelas companhias de produção de papel.
Para além disso, os desafios são diários em para cada utilização. Então, a indústria vem buscando materiais alternativos para substituir a utilização do isopor, que é altamente tóxico, e do plástico, bastante poluente.
A evolução passa por aplicar produtos na superfície do papel que confiram a ele oportunidades de mercado não exploradas e, assim, novas configurações de embalagens.
Um exemplo é um papel de embalagem para algo úmido, que vai na geladeira. A indústria da embalagem precisa trabalhar para que ele seja resistente a isso.
Uma das inovações recentes é um saco com barreira a água, outro com barreira a vapor, para o mercado de fertilizantes, setor cujas embalagens ainda são muito dominadas pelo plástico, e um saco dispersível, que vai junto com a betoneira, quando se faz o cimento, tornando-se ainda mais sustentável, pois há zero descarte.
A indústria da embalagem, pela necessidade mundial de preservação ecológica e de custos, vem descobrindo, junto com as demandas dos próprios clientes, que é possível fazer muita coisa com o papel, que é, enfim, um produto de alta flexibilidade e diversificação.
Isso porque não existe uma solução única para os mercados. É preciso buscar inovações sempre, especialmente neste momento de reforço de proteção ao meio ambiente.
Uma outra frente de trabalha é busca por diminuir a gramatura das embalagens em papel – e consequentemente utilizar menos matéria-prima. É um trabalho na resistência do papel.
Em alguns casos, como para embalar produtos perecíveis, esse esforço resultou até mesmo na capacidade de aumentar a vida útil do produto.
Entretanto, ao contrário do que se pode imaginar, os aditivos utilizados para esse reforço também vêm das florestas. É uma indústria com enorme preocupação ambiental. Por exemplo, foi fruto dessas pesquisas que se criou, em apenas quatro semanas, um álcool gel a partir de nanocelulose.
Além disso, diminuir a gramatura do papel, faz diminuir também o peso da embalagem como um todo, de modo que o frete passa a ser pago mais próximo do que é o peso líquido do produto transportado. Menos peso também requer menos esforços de motores que transportam tais cargas, diminuindo o consumo de combustível e, consequentemente, de emissão de CO2.
Uma indústria de inovação que, não por acaso, também gera muitos empregos, pois o trabalho é feito com os setores-clientes, com startups, com universidades e outras indústrias.
Uma consequência das necessidades de customização que o papel oferece é que algumas máquinas também foram criadas para produzir embalagens específicas, usadas sobretudo para entregas a partir do comércio eletrônico. Isso gera mais inovação e mais empregos.
Assim, outros mercados que não usavam papel para embalagem também foram conquistados com inovações propostas pelo setor. Dentre eles, comunicação visual, móveis, frutas e legumes e, em alguns casos, até industrias, como a de linha branca, um dos carros-chefes da indústria nacional, que tradicionalmente usavam o papel e mudaram para plástico, e agora voltaram para o papel, pela força e apelo sustentável dele.
As inovações da indústria de embalagens têm avançado constantemente. E não são passos gigantescos para a humanidade, como foi o de Neil Armstrong na Lua, nem acelerados como os carros de Fórmula 1. São pequenos e constantes passos diários, resolvendo desafios cotidianos, para preservar um futuro mais saudável e duradouro.