Durante o 54º Congresso Internacional Técnico de Celulose e Papel, organizado pela Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), uma das palestras apresentadas e que a Empapel acompanhou de perto, realizada por Júlio Nogueira (foto), Gerente Corporativo de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Klabin, falou sobre certificações.
Em sua apresentação, Nogueira passeou pela história da Klabin, modelo de negócios, mapa das operações, biodiversidade e, especialmente, por selos e certificados que a companhia conquistou em sua trajetória.
De acordo com ele, os selos e certificados são um importante reconhecimento que empresas podem conseguir em suas áreas de atuação, ao seguir critérios e orientações que são balizados e identificados em todo o mundo, dentro de cada especificação. Aqui, explicamos alguns deles, importantes para empresas de embalagens e indústrias de papel e celulose, voltados para as melhores práticas ESG.
Há uma série de certificações que as empresas podem requerer para demonstrar à sociedade sua preocupação com alguns temas, como social, governança, sustentabilidade, educação, inclusão, inovação, meio ambiente e outros.
A famosa ESG, que significa Governança ambiental, Social e Corporativa (do inglês Environmental, Social, and Governance), é um conjunto de políticas e práticas para melhorar a governança da empresa, cuidar das pessoas e do meio ambiente. Não existe uma certificação específica ESG oferecida por alguma organização, mas sim orientações dentro das normas ISO que ajudam as empresas a buscar a melhoria das práticas nesse terreno que hoje é tão bem avaliado.
A Klabin tem mais de 25 mil funcionários diretos e indiretos. A empresa se orgulha de ser “reconhecida como uma das empresas mais humanizadas do Brasil” e de possuir o selo do Capitalismo Consciente, um movimento global que começou nos Estados Unidos e que “tem como objetivo elevar a consciência das lideranças para práticas empresariais baseadas na geração de valor para todos os stakeholders”, diz o Instituto Capitalismo Consciente Brasil.
“Empresas que atuam alicerçadas nos pilares do Capitalismo Consciente – Propósito Maior, Cultura Consciente, Liderança Consciente e Orientação para Stakeholders – geram também valor intelectual, físico, ecológico, social, emocional, ético e até mesmo espiritual a todas as partes interessadas do negócio, sem prejuízo à geração de lucros a investidores e acionistas”, conta.
O Carbon Trust Standard é um selo verde para indústrias com eficiência energética e redução de emissão de gás carbônico. Recentemente foi substituído pelo Route To Net Zero Standard, mas a ideia é a mesma: “ajudar as organizações a medir e gerenciar suas emissões, informar estratégias de redução de carbono e alinhar metas para o futuro”.
O índice de Sustentabilidade Mundial Dow Jones (Dow Jones Sustainability Index World, ou DJSI), da S&P Global, foi criado em 1999 para reconhecer e unir as empresas com melhores práticas de sustentabilidade em um único índice na bolsa de valores de Nova York. O Dow Jones é o principal índice em Wall Street e a sua versão com as empresas mais sustentáveis, o DJSI, tem sido cada vez mais desejado, justamente por colar um “selo verde” nessas companhias.
A bolsa de valores brasileira também tem um índice semelhante. É o ISE organizado pela B3, administradora da bolsa de São Paulo. “O objetivo do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas selecionadas pelo seu reconhecido comprometimento com a sustentabilidade empresarial”, explica a B3.
Segundo a administradora, a iniciativa apoia os investidores na tomada de decisão de investimento e induz as empresas a adotarem as melhores práticas de sustentabilidade. O ISE da B3 é apenas o quarto índice de sustentabilidade no mundo, criado em 2005, com financiamento inicial pela International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial.
Hoje, o ISE tem 48 empresas listadas, que vão da Klabin ao Itaú, e da companhia aérea, Azul à Eletrobras. Já o Carbon Disclosure Project (CDP) é uma organização global sem fins lucrativos que “mobiliza investidores, companhias e governos com o intuito de construir e acelerar ações colaborativas para um desenvolvimento que funcione para as atuais e futuras gerações”.
Existe ainda o selo da EcoVadis, criado para empresas que gerenciam riscos, reduzem custos e estimulam inovação. Segundo o Sebrae, “adquirir uma certificação sustentável pode trazer inúmeras vantagens para a empresa. A possibilidade de ser reconhecido pela excelência das suas operações, atuando de forma correta, sempre considerando a proteção do ecossistema. Além disso, é possível destacar-se da concorrência na hora de conquistar os consumidores e fechar novas parcerias. Vale dizer que uma empresa certificada possui mais oportunidades de negócios do que aquelas que negligenciam as questões ambientais”, por exemplo.
Existem selos e certificações para cada segmento de atuação, de fabricantes de brinquedos a transportadoras, de redes de ensino a fabricantes de aviões. Conseguir uma certificação custa dinheiro, tempo, dedicação e, especialmente, educação para os funcionários e gestores. Mas é um investimento que tem retorno não só de percepção da sociedade, mas de geração de valor em muitos sentidos.