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Tendências para as embalagens: o que o mundo verá até 2030

“Em temos de embalagens, a sustentabilidade está no topo da agenda”, afirmou Stephen Harrod, consultor da Smithers desde 2006, com foco nos mercados globais de papel e embalagens.

Ele participou do 19º Congresso Brasileiro de Embalagem, promovido pela Associação Brasileira de Embalagem (ABRE). Harrod falou sobre as tendências para a indústria de embalagens até o ano de 2030 e os fatores globais que podem influenciar neste mercado.

Uma dessas tendências apontadas pelo consultor é o aumento da população solteira. Essa característica é importante, porque pessoas vivendo sozinhas tendem a consumir mais embalagens, pois necessitam de porções individuais e precisam minimizar restos e sobras.

Segundo Harrod, o mundo tem mais de um bilhão de toneladas de alimentos desperdiçadas, o que faz a indústria pensar em embalagens que possam ajudar o armazenamento de alimentos por um tempo maior. É preciso continuar investindo em soluções que façam tais produtos durarem mais na prateleira, inclusive com barreiras que impeçam contaminação, algo que o consumidor tem se atentado cada vez mais.

Tendências para alimentos saudáveis

Ao mesmo tempo, as pessoas estão muito mais atentas à saúde e querem consumir mais alimentos saudáveis, como vegetais, algo que aponta para novos desafios para a indústria de embalagens.

Essas tendências foram direcionadas em parte pela pandemia da Covid-19, que acelerou o protagonismo do e-commerce. Antes da pandemia, esse mercado já estava crescendo; após a pandemia, ele aumentou ainda mais, com as pessoas comprando mais no ambiente online, seja comida, seja outros itens de supermercado. É a busca pela conveniência e pela segurança.

Impactos da Covid-19

A indústria de embalagens não foi tão impactada pela Covid-19, de forma direta, mas a recessão que se criou a partir da pandemia, essa sim, com aumento do desemprego principalmente, atuou em todo setor, inclusive, no de embalagens.

O comércio global foi afetado pelas medidas de contenção ao alastramento da Covid-19, incluindo a cadeia de suprimentos, com uma “sensação de antiglobalização”, de acordo com o consultor. Alguns negócios foram “totalmente destruídos” com a pandemia, mas esse quadro desafiador não foi uma realidade total para a indústria da embalagem.

“Acredito que até 2025 não teremos mais aspectos negativos na indústria”, disse Harrod. “Ao passo que a população continua a crescer, teremos um aumento na demanda por embalagens”, aliado ao fato de que o mundo deve envelhecer ainda mais até 2030, o que demanda por mais tempo, o consumo de embalagens.

Consumo global

Em 2020, ano de maior impacto social e comercial da Covid-19, o consumo global de embalagens chegou a US$ 940 bilhões, tendo na América do Norte (39% desse valor) e na Europa Ocidental (34%) os maiores consumidores. A América do Sul e Central responde por 6% desse consumo mundial. Ou seja, ainda há grande terreno para se conquistar.

Os maiores setores consumidores de embalagens são indústrias em geral (44%), alimentação (28%), bebidas (9%), healthcare (4%) e cosméticos (3%).

Desse número, embalagens em papelão e papel ondulado correspondem a 42% do total. Mas a tendência, já uma realidade, com a busca global por materiais mais sustentáveis, é ampliar tal participação.

Em consumo futuro, o mercado de embalagens em papel pode chegar a um aumento de consumo de até 3,5%, no espaço de tempo de 2020 a 2025, e de até 3%, entre 2025 e 2030.

A África, onde a taxa de crescimento populacional é mais elevada, deve puxar para cima esse consumo entre 2020 e 2025 (4,5%) e entre 2025 e 2030 (de 2,5% a 3%). A Ásia e o Leste Europeu, com taxas de crescimento entre 4% e 4,5% (de 2020 a 2025), seguem logo atrás.

Na América do Sul e Central, essa taxa de crescimento no consumo fica entre 3,5% e 4%, para os anos de 2020 a 2025, e entre 2% e 2,5%, para os anos de 2025 e 2030.

Embalagens mais inteligentes

Há espaço para investimentos e avanços em inovação tecnológica e criativa. De acordo com Harrod, os consumidores esperam embalagens mais inteligentes (e o uso de monomateriais é uma tendência), além de personalizadas, convenientes, leves (a leveza é algo de suma importância), fáceis de abrir e com impressão mais atraente.

Ao mesmo tempo, essas soluções têm que prioritariamente caminhar em uma única direção: à sustentabilidade. A consciência de que fazem parte e que estimulam os mecanismos da economia circular está cada vez mais na mente e nas ações dos consumidores. Nesse sentido, o futuro é agora.

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