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Empapel vê 2023 com perspectivas positivas

O ano de 2022 chegou ao fim e agora é possível olhar em perspectiva e fazer um entendimento mais apurado do que foi esse período desafiador para a economia global e para o setor de embalagens de papel e papelão ondulado.

Segundo Gabriella Michelucci, presidente do Conselho de Administração da Empapel, o primeiro semestre foi de queda, em especial o primeiro trimestre, com redução de 9,7% na expedição, em relação ao mesmo período de 2021. O segundo trimestre mostrou uma queda, embora menos acentuada, de 2,2%, frente a igual trimestre do ano anterior.

Somente no segundo semestre houve recuperação, com crescimento no terceiro trimestre e provável aumento de 2% no quarto trimestre. O ano terminaria com queda de 1,7%. No entanto, esse número é reflexo de um patamar de comparação muito alto, de acordo com os números apresentados por Gabriella: “2021 foi o melhor ano do nosso mercado”. Então, essa queda de 1,7%, ainda deixa o patamar da indústria alto. Isso é bastante positivo”.

De fato, segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas, as projeções são positivas para 2023, com crescimento estimado de 3% a 3,5%. Gabriella lembra que, com a chegada do novo governo federal abre-se perspectivas animadoras.

“Os primeiros seis meses vão ser de muitas discussões entre Executivo e Congresso. O consumidor quando não tem confiança, age com redução de consumo. Por outro lado, temos uma injeção importante para acontecer no mercado. A PEC (da Transição) sendo aprovada (como foi de fato aprovada nesse dia 21 de dezembro de 2022 pelo Congresso Nacional), são R$ 170 bilhões extras no Orçamento indo quase tudo diretamente para melhorar a renda das famílias, dos consumidores”, lembra.

Há também o movimento que está ocorrendo de substituição de materiais de embalagens: “Atualmente há uma migração muito rápida nas cervejarias. Quando se olha para sacos industriais, também existe um overlap muito grande e também uma migração. Há muitas oportunidades ainda, através do crescimento do e-commerce, o que tem gerado um aumento em relação aos modelos anteriores (de crescimento)”.

Além disso, precisamos levar em conta a questão ambiental, que tanto consumidores, quanto governos, têm incentivado a indústria a liderar o processo. “Cada vez mais o consumidor quer receber na sua casa uma embalagem sustentável. A embalagem de papelão ondulado tem a segunda melhor taxa de reciclagem do Brasil e está entre as melhores do mundo. A indústria brasileira de reciclagem para esse tipo de embalagem é completa”, ela conta.

“Há outros mercados que vêm crescendo também em termo de uso de embalagens de papel. É uma embalagem que pode servir para dois propósitos: transporte e exposição. Isso ajuda na diminuição da quantidade de embalagens e de tempo para o varejista. O movimento para embalagens de papel cartão está bastante forte. É um mercado que competia muito com outros materiais”, segue.

Com o novo governo brasileiro, há, nesse sentido, também uma perspectiva boa. “Os sinais têm sido positivos. O próximo governo tem se colocado com a pretensão de assumir o protagonismo através dessas questões ambientais e de fato criamos um abismo ou um distanciamento muito grande em relação a todo o movimento global”, ela diz, sublinhando que durante o atual governo, que se encerrou em 31 de dezembro de 2022, não houve retrocesso na legislação, mas no cenário internacional.

Se 2023 tem perspectivas positivas, Gabriella ainda espera maior valorização do setor: “é preciso ser reconhecido. A associação tem entrado com campanhas importantes, mostrando a importância de ter produtos em papel. A gente tem criado agendas junto ao governo federal para mostrar a relevância desse setor de embalagens e a contribuição que temos dado, em função do segundo maior índice de reciclagem do país. É uma iniciativa de reconhecimento e valorização do setor”, comenta, lembrando que o mercado e os consumidores já reconhecem o papel e o papelão ondulado como a “embalagem amiga”, como uma das que contribuem para as questões de meio ambiente.

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