Quando falamos de Revolução Industrial, falamos de um tempo que está nos livros de história. Foi na segunda metade do século XVIII que os ingleses aperfeiçoaram a máquina a vapor, permitindo a aceleração do processo industrial, em especial do setor têxtil.
A Revolução Industrial foi importante por também diminuir distâncias, com a criação da locomotiva a vapor e das estradas de ferro que passaram a ligar a Inglaterra toda e, assim, fazer com que mercadorias e trabalhadores chegassem a todos os lugares.
Explicando assim, parece um tempo distante. Mas pouco mais de duzentos anos depois, o ser humano segue inovando e evoluindo nas formas de produzir, trabalhar, se comunicar e consumir. Durante esse tempo todo, as evoluções não cessaram e chegamos agora à época da Quarta Revolução Industrial, ou à Indústria 4.0.
É uma revolução que nada tem a ver com a primeira, a do vapor. Nessa, o mundo trata de Inteligência Artificial, de robótica, da computação e armazenamento em nuvem, de internet das coisas (IoT, do inglês Internet of Things), cyber segurança, manufatura digital, sistemas de simulação, digitalização, big data e de altas velocidades de transmissão de dados, algo que vem se tornando não só um propulsor da indústria, mas cada vez mais acessível a todos, em um movimento muito mais democrático do que a revolução do vapor.
A Indústria 4.0 não se resume apenas à automação e facilidade para produzir, transportar e comercializar coisas. É a busca pela produção mais eficiente, inteligente, rápida, precisa, integrada e, em nova caminhada, em sintonia com a economia circular, também mais sustentável. E, enquanto poucas indústrias eram beneficiadas na primeira revolução, agora todo e qualquer setor pode evoluir com esses propulsores.
Esse novo passo da humanidade permite uma série de desdobramentos, desde a produção em si, até a gestão empresarial e de pessoas e tudo o que pessoas querem.
Alguns desses desdobramentos estão na inovação, criatividade, pesquisa e desenvolvimento. “Investimentos em pesquisa e em tecnologia estão nas pautas das indústrias produtoras das fibras e das embalagens para a produção de materiais mais leves, inteligentes e resistentes. Além disso o setor de embalagens de papelão ondulado segue com anúncios de novas operações e aumentos em suas operações em 2023”, explica Gabriella Michelucci, presidente do conselho de administração da Empapel.
De fato, no caso de uma indústria tão embrenhada na busca por maior eficiência de uso de materiais e por sustentabilidade, o setor de embalagens em papel e papelão ondulado deve ser amplamente beneficiado e impulsionado pela Indústria 4.0.
É uma indústria que está constantemente atenta ao que o consumidor quer e prefere, utilizando-se de uma gama ampla de dados e de rastreamento, para logística e reciclagem inclusive, no intuito de utilizar menos energia e outros custos no processo.
A Indústria 4.0 não é algo de ficção científica. Ela está acontecendo agora e muitos setores industriais estão se qualificando para transitar por essa nova revolução. A automação e a digitalização dos processos industriais multiplicam-se com a amplitude de conexões e a troca de informações entre máquinas e entes industriais, o que permite a todos nós recebermos os produtos que queremos, nas embalagens desejadas, de maneira mais rápida, segura e eficiente.
Isso quer dizer que o primeiro sentido da Indústria 4.0 é justamente aprender. Ou evoluir. O ganho de produtividade de cada indústria está ligado ao quanto se aprende com o processo produtivo proposto, desenvolvido e colocado em prática. É uma retroalimentação. E como são processos, a Indústria 4.0, com suas ferramentas mais acessíveis, possibilita que pequenos empreendedores também se beneficiem. É, pois, um processo mais democrático.
A velocidade com que toda a sociedade precisa se adaptar a essa nova realidade vai levar à mudança de mentalidade de trabalhadores, sindicatos, empresários, comerciantes, consumidores, estudantes e investidores. Todos fazem parte do mesmo ecossistema, que podemos chamar de “sociedade”, pois todos estão conectados.