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Entrevista com Pedro Villas Boas, presidente-executivo da ANAP

O entrevistado do mês de dezembro de 2022 é Pedro Villas Boas. Ele é formado em Estatística pela Universidade Estadual de Campinas; Diretor Titular Adjunto do Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem – COPAGREM; Presidente executivo da ANAP – Associação Nacional dos Aparistas de Papel; além de Diretor da Anguti Estatística. Atuou também como Estatístico na Associação Brasileira de Celulose e Papel – Bracelpa.  No mesmo período em que realizou a sexta edição do encontro nacional dos aparistas de papel, Villas Boas concedeu essa entrevista para a Empapel News.

Qual a importância do setor de aparas para o mercado de embalagens de papel e papelão ondulado?

Entre 70% a 80% de uma caixa de papelão ondulado é composta por papel reciclado, fato que, por si só, revela a importância do setor de aparas para a indústria de papelão ondulado. Se não tivéssemos um setor bem estruturado, capaz de transportar a matéria-prima por todo o Brasil, seria difícil manter a pujança da indústria brasileira de papel para embalagem.

Estamos no caminho certo em relação a reciclagem? Em relação aos números, estamos conseguindo reciclar mais?

Em 2021, conseguimos recolher e reciclar 80% de todo o papel que foi colocado no mercado pela indústria de embalagens e, lembrando que o papel não pode ser reciclado indefinidamente, precisando que o papel produzido a partir de fibras virgens, também seja introduzido no sistema. Eu diria que os atuais 80% nos colocam próximos do potencial máximo de reciclagem que temos.

Do lançamento da política nacional de resíduos sólidos, até hoje já evoluímos em algum ponto?

A meta de recuperação para 2012, quando foi publicado, ainda em 2010, o decreto que regularizava a Política Nacional foi que 22% de todo o material reciclável presente no lixo urbano deveria ser recuperada. Passados 10 anos ainda não atingimos a meta inicial proposta, ou seja, a política vem evoluindo de forma muito lenta, mas, acredito que com a implantação dos modelos que estão pagando créditos de reciclagem, criando uma nova fonte de receita para os operadores (aparistas), a evolução será acelerada nos próximos anos.

O comércio eletrônico (e seu aumento no mundo pós-pandêmico) teve algum impacto na reciclagem das aparas?

Sim, apresentou e continua impactando, pois um grande volume de embalagens passou a ir para as residências do consumidor final onde sua recuperação é mais lenta e apresenta um maior volume de perdas, já que nem todas as regiões contam com sistemas de coleta seletiva.

Qual sua expectativa para o mercado de aparas em 2023?

As perspectivas para a economia mundial não são as melhores, esperando-se uma recessão que deverá atingir a todos os países sem exceção e, internamente, também teremos problemas inerentes ao início, não apenas de um novo governo, mas de uma ideologia diferente da que marcou nosso país nos últimos 4 anos. Neste contexto, não há como ser otimista para 2023, ainda mais que, para uma normalização do mercado interno, deveríamos ter um crescimento acima de 5% ao ano para nosso país.

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