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O futuro das embalagens no mundo pós-pandemia

Organizado pela Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), o encontro Tendências e Comportamento de Consumo: um olhar pós pandemia, contou com a apresentação de Pedro Fernandes (foto esquerda) e Felipe Fuccio (foto direita), ambos da McKinsey & Company, para falar sobre as tendências e comportamentos de consumo e seu impacto no futuro pós-pandemia para embalagens.

A Empapel News conferiu a palestra, que deixou claro que os consumidores brasileiros têm mantido hábitos e mentalidades que construíram durante a pandemia, incluindo novas possibilidades com as compras online, o trabalho remoto e o Ensino à Distância (EAD).

Segundo Fernandes, os consumidores estão mais resilientes, tendo conseguido se adaptar a um ambiente econômico difícil e incerto, desde o início da pandemia. Estão também mais conscientes de seus gastos, com 80% dos clientes analisando preços e pesquisando mais. E comprando online, reforçando a estratégia comercial ominichanel como tendência entre todas as categorias de varejo.

De acordo com pesquisa mostrada por Fernandes, 52% dos consumidores ainda acham que a economia será impactada pelos próximos 6 a 12 meses ou ficará estagnada. É um ambiente econômico incerto. Apenas 31% estão otimistas e 17% estão pessimistas, um quadro que pouco mudou de 2021 para cá.

É um cenário que faz as pessoas se adaptarem, o que significa buscar maneiras de economizar cada vez mais, prestar mais atenção nos preços, ampliar pesquisas e buscar liquidações e promoções. Em menor grau, esses novos hábitos dos consumidores incluem adiar compras e aguardar que o produto desejado entre em alguma promoção.

Com a crise, em comparação com consumidores de outros países, os brasileiros fazem mais o chamado “trade down”, ou troca por produtos mais baratos. “Porém, também há um aumento de consumidores que passaram a trocar por produtos mais caros e de melhor qualidade”, ponderam os palestrantes, procurando melhor performance, ingredientes de melhor qualidade, conveniência, sustentabilidade e algo mais orgânico e natural.

Na pesquisa citada pela McKinsey, descobriu-se que compras online são mais voltadas a produtos eletrônicos, eletrodomésticos, vestuário, decoração e produtos de beleza, além de cursos e livros; enquanto em lojas físicas estão alimentos, produtos de limpeza, cuidados pessoais, bebidas, salgadinhos e doces.

Impacto para embalagens

O estudo mostrou que o comportamento do consumidor brasileiro reflete em três principais aspectos para o mercado de embalagens: sofisticação do cliente, sustentabilidade e oportunidades no comércio eletrônico.

“Tanto as marcas quanto os consumidores estão mais sofisticados e exigentes em relação às embalagens”, dizem os palestrantes em sua apresentação. Além disso, “a transição sustentável no setor de embalagens depende da combinação de três pilares cuja ênfase varia por segmento e região – circularidade, contaminação do meio ambiente, e emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) ao longo da cadeia”.

Segundo os palestrantes, “não há um único substrato para embalagem que apresente um bom desempenho em todas as três dimensões”. Apesar disso, “ainda observamos grande diferença nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento entre os fabricantes de diferentes substratos”. No caso das embalagens de papel, o investimento em pesquisa e desenvolvimento ainda é comparativamente baixo com outros materiais.

As embalagens precisam ser pensadas para proteção, violação, agilidade na entrega, devolução (desenhar embalagens e sistema convenientes para devoluções), menor custo, otimizadas, melhoria na experiência ao desembalar, monitoramento e rastreamento.

Entre os exemplos citados, estão caixa SIOC (ship in own container) para baterias, buscando maior eficiência no transporte com fácil distribuição para o consumidor; caixa SIOC para ração de pet, que elimina a necessidade de uma camada de proteção extra necessária na tradicional bolsa flexível; sachê flexível, uma alternativa à tradicional garrafa de vidro, que oferece um menor peso com menos quebras durante o transporte; etc.

Os clientes estão dispostos a pagar mais por isso. Segundo os palestrantes, “atributos voltados para um propósito estão se tornando cada vez mais relevantes”. Se colocado em conta o tempo entre pré-pandemia, pandemia e o que virá no pós-pandemia, é muito pouco dentro do universo relevante, o que mostra o quanto consumidores e empresas são adaptáveis. Ficar atento às tendências ou até mesmo criar tendências é uma questão de sobrevivência.

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