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A mudança do mercado de consumo e o avanço do papel nas embalagens

Nos dias 24 e 25 de maio de 2023, aconteceu na capital paulista o 20º Congresso ABRE de Embalagem e Consumo, com apoio da Empapel, que esteve lá e conferiu tudo de perto. Foram quase 40 palestrantes, com executivos e profissionais do Brasil, Finlândia, Bélgica, Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Austrália e França, falando sobre os novos caminhos para a sustentabilidade, competitividade e inovação na cadeia de consumo.

A Associação Brasileira de Embalagem, fundada em 1967,  trouxe uma curadoria de especialistas para abordar cinco perspectivas: como as marcas exploram a conexão com os consumidores; as transformações do varejo e cadeia de suprimentos; como a tecnologia está transformando a nossa vida em sociedade e a conexão entre produto e consumidores; a sustentabilidade na cadeia de consumo e suas embalagens, como elas vêm se desenvolvendo; e os negócios de impacto e o consumo nas comunidades, com um o olhar para a abundância.

A inovação, a resiliência em pesquisa e desenvolvimento, os investimentos e muitos cases foram apresentados. Destacamos Fabrice Peltier, autor do livro “La Révolution de l’emballage – Première période: L’émergence de nouvelles solutions” (ou: “A revolução da embalagem – Primeiro período: O surgimento de novas soluções”), que falou sobre o processo de amadurecimento sustentável das embalagens ser fruto de uma “revolução” e que essa “revolução” não incitou as leis, mas foram as leis que estão fazendo essa “revolução”, ao lembrar que em 2030, o que não for reciclável será proibido. É um processo de evolução para as embalagens, para os produtos e consumidores.

Já John Ryan, da Kraft Heinz, ressaltou as embalagens livres de plástico, explorando os limites dos fornecedores: “até onde podemos ir? Queremos testar a embalagem de papel no mercado”. A empresa projeta ser carbono zero até 2050.

Ryan destacou que leva tempo para inovações ganharem forma e cita o ketchup, cuja nova tampa levou sete anos para se tornar realidade, com apoio e financiamento da diretoria da empresa e envolvendo fornecedores.

O alemão Thomas Reiner, do Berndt+Partner Group, trouxe uma novidade, o termo “paperização” (paperization) como processo inevitável pelo qual o mercado precisa passar. “A mudança do plástico e também do vidro para o papel traz uma série de benefícios de sustentabilidade”, ele reforça.

“Uma pegada de carbono reduzida e conservação de recursos são argumentos fortes. Isso ocorre porque a questão climática é um forte impulsionador. Quem pensa que só pode focar na economia circular quando o assunto é sustentabilidade está pensando muito pouco. Como costuma acontecer, a mudança traz consigo oportunidades. A paperização, que continua dinâmica, oferece enormes oportunidades para as empresas do setor de embalagens”, afirmou.

Mas a economia circular é uma aliada poderosa nessa jornada. Augusto Drummond (gerente de marketing de Dolce Gusto NEO), da Nestlé; Humberto Enríquez (gerente de P&D) e João Alves (gerente de sustentabilidade), ambos da Valgroup; e Marcelo Mason (chefe de sustentabilidade), da Deink Brasil; reforçaram elos na economia circular.

Segundo Drummond, “o impacto ambiental do desperdício é muito maior”, ao citar cápsulas de café feitas de papel e máquina feita de plástico retirado dos oceanos. Houve colaboração com os parceiros, a partir de um “briefing aberto”, que permitiu a criatividade dos elos da cadeia.

Enríquez reforçou que o desafio é garantir qualidade e ser 100% reciclável, enquanto Mason destaca um processo base água, livre de solventes para resina com características de resina virgem. Tudo para facilitar os elos de uma economia circular robusta.

Esse cenário gira em torno dos novos hábitos e percepções do consumidor. Eduardo Terra, presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), lembra que o varejo precisa correr atrás de evoluir junto e ser um ecossistema, que inclui a comunicação e a publicidade e que podem passar por embalagens de papel mais atraentes, inovadoras e comunicativas.

No 20º Congresso ABRE de Embalagem e Consumo, ficou claro que há marcas fortes, gente criativa e muita força de vontade para fazer do varejo e do mercado de embalagens algo moderno e em constante evolução, de forma sustentável economicamente e ambientalmente seguro para o planeta. É um setor que não para de evoluir.

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