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Economia circular e ecodesign: cuidando da nossa casa

Em março de 2024, próximo à Avenida Paulista, coração econômico e cultural de São Paulo, aconteceu a Masterclass Economia Circular de Embalagens de Papel, promovida pelo portal Conecta Verde. A Empapel News esteve lá e acompanhou tudo de perto.

Destaque para a palestra ministrada por Marcos Iorio, que falou sobre Design Circular & Dados e Métricas. O especialista é vice-diretor do Centro de Ciência para o Desenvolvimento de Soluções para os Resíduos Pós-Consumo: Embalagens e Produtos (CCD Circula), uma iniciativa de fomento à pesquisa acadêmica com aplicações práticas com grandes empresas. É também consultor de Inovação Circular no grupo Ambipar.

O engenheiro químico com especializações em Tecnologia Ambiental, Inovação, Design Thinking e Biomimética abriu sua palestra explicando a etimologia da palavra “ecologia”.

De origem grega, vem das palavras “eco” (“oikos”), que pode significar “casa”, e “logos” que quer dizer “saber”, “estudar”. É o “estudo de onde vivemos”, a ciência que estuda onde os seres vivos habitam, no meio em que vivem. Já “economia” é o estudo dos recursos de onde vivemos (“nomos”, de “administrar”, “organizar”, “distribuir”). E o “ecodesign”, algo mais moderno, é como desenhamos o melhor padrão para onde vivemos, para a nossa casa.

As origens das palavras ajudam a compreender o contexto e a premissa básica do que precisamos cuidar, algo muitas vezes desprezado pelo ritmo frenético dos negócios. No que se mergulha na urgência climática, na perda de biodiversidade e na poluição química, o que Iorio chama de “a tríplice crise”.

Segundo ele, não vivemos “uma guerra de materiais”, mas sim “um grito pela mudança da lógica”, que precisa sair do linear para o circular.

Há indicadores de “ecodesign” em produtos, que facilitam a circularidade. O sistema do produto, com otimização do tempo de vida inicial (que inclui durabilidade, manutenção e reparação simples etc.) e do fim-de-vida (reutilização, refabricação, reciclagem de materiais, incineração mais segura).

Os componentes do produto, com seleção de materiais de baixo impacto (mais limpos, renováveis, reciclados e recicláveis, além de baixo conteúdo energético) e redução de uso de materiais, com redução no peso e redução no volume transportado.

E a estrutura do produto, com otimização das técnicas de produção e do sistema de distribuição e redução dos impactos durante a utilização.

“No design circular, eu tenho dois objetivos”, diz Iorio: “manter produtos e materiais em uso”, com o mínimo descarte, e “regenerar sistemas”. O profissional salienta que “não há bala de prata”, e é preciso muito investimento em inovação, tecnologia e dedicação de tempo e recursos humanos e técnicos.

“Toda embalagem tem uma jornada, um ciclo de vida”, ele ressalta, e o design bem elaborado “é uma forma de pensar que inclui as consequências econômicas, ambientais e sociais de produto ou processo durante toda a sua vida”.

A preocupação é importante, porque 70% dos brasileiros não separam seus resíduos, segundo uma pesquisa do Ibope feita em 2019. Grande parte tem o fim com descarte a céu aberto, nos famosos lixões. Apenas 1 em cada 5 cidades tem cobertura de coleta seletiva satisfatória.

A solução passa pela inovação. Iorio cita o caso do papel colmeia para embalagem, da Klabin, associada Empapel, que utiliza 80% menos espaço de armazenagem e requer menos material que o plástico bolha, além de vedar sem fita, simplificando e otimizando o processo de embalagem.

A papelerização é um bom caminho, segundo o especialista, com embalagens sendo substituídas por papel – ele cita o exemplo do chocolate KitKat.

Os desafios do papel e das embalagens de papel seguem amplos, para caminhar sobre outros materiais, afinal é o material mais sustentável e o próprio consumidor deseja embalagens mais sustentáveis.

“A nossa contribuição ao setor de embalagens tem como foco fomentar alternativas para acelerar a transformação da economia para um modelo circular. E isso se faz reunindo os grandes especialistas do setor e os profissionais que estão liderando essa transformação em suas áreas de atuação”, explicou Elen Nunes, fundadora e editora do Conecta Verde, sobre a Masterclass. O conhecimento é uma das grandes ferramentas para a mudança.

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