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Fórum Mulheres Setor Floresta: igualdade de gênero, luta e respeito

Dentro do Congresso Nacional de Celulose e Papel ABTCP 2023, que aconteceu de 17 a 19 de outubro, no Novotel Center Norte, em São Paulo, um ponto da agenda mereceu destaque ainda mais especial, o Fórum Mulheres Setor Florestal, que se deu na quarta-feira, dia 18.

O fórum teve mediação de Silvana Sommer, presidente do Congresso, e apresentou o tema “uma resposta ao desafio da equidade de gênero no setor florestal”, capitaneado por Maurem Alves (foto), diretora do Conselho-Diretor da Rede Mulher Florestal.

A Rede Mulher Florestal (RMF) é uma organização da sociedade civil e de caráter não-governamental, sem fins lucrativos e sem vinculação partidária, “com foco na inclusão de mulheres no setor florestal, através do engajamento de pessoas físicas e jurídicas que atuam ou se relacionam com o setor florestal”, explica Maurem. “A Rede promove o compartilhamento de conhecimento e ações envolvendo o tema ‘gênero’, visando ampliar a inclusão de mulheres no setor”.

O tema, como se vê, é rico e de extrema importância. “É fácil falar de equidade de gênero como um pacote amplo, é um tema bonito, está na moda, mas para ser alcançada passa por uma série de aspectos”, disse.

Alcançar igualdade de gênero visa acabar com a discriminação, eliminar todas as formas de violência, promover o respeito à diversidade, garantir a igualdade de oportunidades para a liderança na vida pública, o acesso a recursos econômicos como propriedade, terra, serviços financeiros, e o uso de tecnologias de informação e comunicação.

“Entendo que o melhor caminho para uma mudança de cultura nas empresas, em relação ao papel da mulher, é a persistência”, explica Maurem. “A insistência no diálogo com quem hoje está no poder. Não é uma disputa para tirar o espaço de ninguém. É um pleito para abrir novos espaços que vão resultar em melhorias para todos”.

“As empresas funcionam melhor com mais cabeças diferentes pensando, com diversidade”, segue. Um dos esforços é compartilhar histórias de mulheres inspiradoras que possam influenciar mulheres e empregadores. Mas passa também por ampliar conhecimento sobre sororidade, assédio moral no trabalho, formas de lidar com a síndrome de impostora (sensação de que o sucesso atingido não foi merecido), segurança e autoestima.

O setor florestal sempre foi muito masculino e Maurem afirma que tem “muita confiança e expectativa no empoderamento de pessoas com visão para articular um discurso que possa ser ouvido, sem gerar gatilhos da resistência”.

Segundo ela, “além do diálogo, outro caminho é trazer cases vivos e mostrar que é possível mudar. O ser humano é resistente à mudança, por definição. Na medida que a gente consegue mostrar que dá para mudar e pode continuar tudo bem ou ficar ainda melhor, dá tudo certo. Mas é preciso insistir”.

“Ter uma composição mais diversa nas empresas traz mais inovação, mais envolvimento, mais soluções”, sublinha Maurem. É um processo que os números comprovam valer a pena.

Pesquisas realizadas pela McKinsey ao longo dos últimos quinze anos revelam “uma forte correlação” entre o comprometimento das empresas com diversidade, equidade e inclusão e seus resultados.

Um exemplo é que, na pesquisa de 2020, empresas latinoamericanas diversas mostraram resultados, medidos pelo EBIT (lucro antes de juros e imposto de renda), 1,9 vezes melhor (acima da média da indústria) do que empresas não diversas na mesma região. Dados são contundentes nesse sentido.

Apesar disso, ainda há um longo caminho para a diversidade e equidade. Eventos desses contribuem como um bom passo no caminho certo.

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